Desde março de 2020, estamos atravessando um período crítico com a crise sanitária desencadeada pela COVID-19. Com um vírus que cruza fronteiras e percorre continentes, a pandemia nos mostrou como são fundamentais estratégias de saúde pública de amplitude global e evidenciou como nossas vidas estão conectadas.
No Brasil, depois de picos de contaminação, de internações e de óbitos, atualmente, estamos em uma fase de maior controle com o avanço da vacinação – mais de 39% da população está com o esquema vacinal completo. No entanto, isso não significa que tudo pode voltar ao que era antes. Ainda existe uma parcela significativa de pessoas que não estão totalmente vacinadas e as novas variantes também requerem atenção.
É por isso que hoje vamos falar sobre como a COVID-19 tem se comportado após o início da vacinação, quais são os riscos das mutações e quais os cuidados que ainda são necessários para cuidarmos da nossa saúde e da saúde das outras pessoas. Afinal, estar bem informado, por meio de fontes confiáveis, é a melhor forma de contribuir para que possamos superar este momento desafiador. Continue a leitura!
Como as vacinas contra o COVID-19 funcionam?
As vacinas contra o SARS-COV-2 têm como objetivo fazer com que nosso sistema imunológico produza anticorpos contra a principal proteína presente no novo coronavírus, conhecida no meio científico como proteína S. A função dos anticorpos é justamente bloquear essa proteína, neutralizando a ação no nosso organismo e, assim, evitar a COVID-19.
No caso do novo coronavírus, o foco das vacinas é, neste momento, prevenir casos graves da doença, os quais podem levar a óbito. Isso significa que mesmo com as duas doses de imunizantes, ainda há possibilidade de contrair o vírus, porém, com chances bastante reduzidas de desenvolver quadros mais críticos. É importante ressaltar que mesmo que haja a possibilidade de contaminação, as vacinas são eficazes. Como podemos ver no gráfico abaixo, houve queda no número de mortes no Brasil, conforme mais pessoas foram se vacinando.
Fonte: JHU CSSE COVID-19 Data, 22/09/2021.
A ciência vem evoluindo cada vez mais e dezenas de vacinas estão em desenvolvimento – só em território nacional são 18. Novas tecnologias estão sendo estudadas para que sejam descobertos caminhos ainda mais interessantes e eficientes, inclusive contra novas variantes, com foco em erradicar a pandemia e salvar mais vidas em todo o mundo.
As vacinas atuais são eficazes contra as mutações?
As mutações são uma ocorrência natural no comportamento de qualquer vírus e é assim também com o SARS-CoV-2. As alterações acontecem no material genético e, muitas vezes, não afetam o poder de transmissão viral. Porém, existem mudanças que podem aumentar o potencial infeccioso ou ainda intensificar a gravidade da doença.
A OMS (Organização Mundial de Saúde), frequentemente, monitora as novas variantes que surgem em todos os países e investiga como e se essas variantes influenciam a forma de transmissão ou as características da COVID-19. Assim, é possível prever riscos e também alimentar pesquisas sobre as vacinas, tanto as aprovadas quanto as que estão em processo de desenvolvimento.
Uma vacina é considerada eficaz quando tem capacidade de induzir resposta do nosso sistema imunológico, ou seja, quando previne determinada doença. De forma geral, as vacinas disponíveis hoje no Brasil contra a COVID-19 têm se mostrado eficazes contra as principais variantes do novo coronavírus em circulação. Mesmo que algumas apresentem uma eficácia menor em relação a algumas dessas mutações, ainda conseguem estimular uma resposta de defesa no organismo.
Vale frisar que até aqui, a OMS relata não haver nenhum óbito em decorrência dos efeitos colaterais dos imunizantes, ressaltando a segurança das vacinas oferecidas. O fato é que como foram desenvolvidas nos últimos meses, as pesquisas quanto ao tempo de proteção de cada uma ainda está em processo de elaboração, portanto, é cedo para fazer qualquer afirmação definitiva em relação à duração e à eficácia das vacinas frente a todas as variantes.
Reforçando o que falamos acima, é fundamental que tenhamos conhecimento de que a vacina não é a “bala de prata” que irá acabar com a COVID-19. A vacinação tem como alvo atenuar as infecções em massa e impedir mortes. Além disso, deve ser entendida como uma estratégia de saúde coletiva necessária para frear o avanço da pandemia.
Isso porque ao tomar a vacina, com as duas doses, você não está apenas se protegendo, mas também contribuindo para a proteção das pessoas ao redor. Uma vez imunizados, é menos provável que sejamos vetores de propagação do vírus, diminuindo, assim, as chances de contaminação de quem é mais vulnerável, como idosos ou pessoas com comorbidades.
No caso desses indivíduos, desde setembro deste ano, o Brasil já vem aplicando a dose de reforço. A princípio, essa dose está direcionada para a população com mais de 70 anos e imunossuprimidos que já completaram a vacinação há no mínimo seis meses. Se este é o seu caso ou de alguém que você conhece, não deixe passar essa informação: vacine-se ou avise quem precisa.
Quais cuidados ainda precisam ser tomados?
Quanto mais o vírus circula entre a população, mais chances de ele se modificar. Uma nova variante, então, pode se apresentar resistente às vacinas. Além disso, mesmo que você não desenvolva um quadro grave por estar vacinado e tenha menos chances de transmitir o vírus, ainda pode acontecer de contaminar aqueles que não estão com o esquema vacinal completo. Por isso, é essencial manter as medidas de prevenção no seu dia a dia. Vamos relembrar quais são?
- Lave as mãos com frequência;
- Na impossibilidade de utilizar água e sabão, opte pelo álcool em gel 70% de boa qualidade;
- Utilize máscaras bem ajustadas ao rosto, cobrindo boca e nariz simultaneamente;
- Em locais fechados, prefira máscaras PFF2 certificadas;
- Evite levar as mãos aos olhos, nariz e boca;
- Evite aglomerações;
- Se você for gestor de um hotel, academia, ambiente médico hospitalar ou comércio com alto fluxo de pessoas, não se esqueça de realizar a limpeza e a desinfecção com frequência, com produtos adequados para essa finalidade.
Quando a pandemia vai acabar?
Essa é a pergunta para a qual todos gostaríamos que a resposta fosse “muito em breve”. Mas ainda não é possível prever quando e se a pandemia irá acabar. Embora hoje existam vacinas e parte da população mundial já tenha recebido ao menos a primeira dose, é precipitado afirmar quanto tempo dura a imunidade e como novas variantes podem desestabilizar os efeitos da vacinação.
A tendência é que com o avanço da população vacinada, o vírus passe a circular menos, tornando o cenário mais controlado e previsível. Por enquanto, o mais provável é que teremos que lidar com algumas ondas, com momentos de mais estabilidade e outros com alta de casos. O mais importante, portanto, é tomarmos todos os cuidados que podemos, da higienização das mãos e dos locais ao uso de máscaras adequadas e a vacinação. Somente somando forças e nos unindo é que poderemos colocar um ponto final nesta pandemia.
Fontes: